sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Correria

E já é fim de ano outra vez. E o que você fez?

Acorda cedo, pensa numa desculpa pra não levantar, levanta.
Toma banho apressado, come rápido (as vezes nem come), corre pra não perder a condução.
Faz a transferência pra outra condução e espera chegar.
Chega.
Anda no meio das pessoas, sobe o elevador. UFA! Chegou! Correria!
Trabalha, trabalha, facebook.
Trabalha, whats app, e-mail, trabalha, trabalha.
Almoço.
Trabalha, trabalha, enrola... cafezinho... começa a imaginar a noite...
Pega trânsito pra ir pra faculdade, pega outra condução.
Busão lotado, fedor insuportável. Não dá pra piorar!

CHUVA!

Trânsito parado, celular sem bateria, bafo quente no busão!

Chega atrasado na aula, tá com sono.
Não jantou.
Estuda, dorme, estuda, cochila, conversa.
Vai pra casa.

Torce pra não ser assaltado.
Pega busão, pega outra condução.
Chega em casa. Tarde de novo.

Come alguma coisa rápido, calcula quantas horas vai dormir.
Se frustra, abre o facebook, perde mais duas horas de sono.
Dorme, acorda atrasado.

Acorda cedo, pensa numa desculpa pra não levantar, levanta.
(...)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Ideologia, eu quero uma pra viver.

Eu gosto de histórias de amor com finais felizes (e com outros tipos de finais também).
Histórias de amizade e histórias de família também me agradam. Histórias de admiração e de respeito me empolgam. Quando enxergo sinceridade e consciência, acho fantástico.

Parei para pensar nas últimas histórias que tenho ouvido e poucas delas me provocaram bons sentimentos. (Na verdade não me lembro de nenhuma boa história, mas, para não ser tão generalista, vou dizer que poucas foram positivas.)

Eu vivo num dilema entre: o que é exatamente real pra mim e o que é exatamente real pro outro? E isso, muitas vezes, é frustrante.
Vejo as pessoas correndo pra lá e pra cá, sem tempo pra nada. Sem tempo para um conselho, sem tempo para um abraço, sem tempo para o filho, sem tempo para o namorado, sem tempo para os amigos, sem tempo para não fazer nada, sem tempo para olhar o tempo. Afinal, para onde estão correndo? Porque? Até quando?

Vejo situações de completo desrespeito. No trânsito, na empresa, nas casas, ao vivo, no youtube, etc... Afinal, onde estão os valores e princípios? Existe isso? Ou é uma fantasia minha?
Tenho uma preocupação infinita para não fazer parte desse grupo que enxergo como 'corredores alienados'. E não quero ser pejorativo na forma da citação, mas é que, com tantas cobranças, com tanta ambição, com tantas regras a serem cumpridas, com tanta competição, parece que se esquecem / não se preocupam / não têm tempo para avaliarem os porquês. (E precisa?)

Será que é manipulação, alienação? Ou ambas andam juntas?
Merda! Isso é muito complexo. Eu sinto que não tenho condição e estrutura pra conseguir chegar a uma conclusão. Será que eu estou errado? A ignorância é realmente uma dádiva?

Por mais que eu tente enxergar as 'coisas lindas do mundo', vêm esses pensamentos de que tudo é podre e que o dinheiro manda nas pessoas.
Em mim não, não em mim! (Quero acreditar nisso).

É muita prepotência minha considerar as pessoas 'medianas' ? (sendo bem positivista na avaliação).
Mas é assim que enxergo a maioria delas: Estudando para conseguir um bom emprego. Em um bom emprego para pagar os estudos e, com estes, poderem continuar no bom emprego. Emprego para pagar o carro, o carro que leva para o trabalho. Dinheiro para conseguir mais dinheiro. Essa roda não tem fim? Que pressão é essa? Porque viver nessa "correria"?

Cadê as histórias de amor? As histórias das vitórias coletivas? Cadê a poesia nisso tudo? É fantasiar demais? Isso nunca existiu e eu fui iludido? Sério que tudo isso que eu imagino é uma grande mentira? Minha visão está deturpada? Como você enxerga tudo isso? (Não me venha com "é assim mesmo" e outros conselhos clichês... economize a minha paciência.)

Quero acreditar que não estou enganado.
Quero acreditar que eu posso desenvolver um bom trabalho, para conseguir um bom dinheiro para manter confortavelmente a minha família, que eu consiga fazer viagens, que meu trabalho seja relevante, que eu possa ajudar o maior número de pessoas a conquistarem mais conhecimento, que este conhecimento as guiem pelos verdadeiros caminhos delas. É utópico?