quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Carta não perecível

Esse texto não tem muita coisa de diferente não. Fala de amor, de choro, de raiva e de angústia sentimental. Todo aquele bla bla bla que, se você leu outros textos, já sabe como funciona.

Eu escrevi essa carta olhando velhas fotografias, bilhetinhos, e-mails e ouvindo uma música instrumental triste, tocada em piano e percussão somente. Só pra dar aquele clima meio roxo e triste, como os filmes fazem.

Olhei para nossas fotografias, reli nossos e-mails e trocas de mensagens num ritual macabro de auto-sabotagem, mutilação e repúdio de um passado parcialmente verdadeiro, traduzindo ao sumo a dor e todo rancor dos nossos arrependimentos, disso entendemos. De arrependimentos.

Eu e você, na real, gostamos de sofrer. Ai de você, se você não concordar! De ver o que não gostamos, de dar aquela olhadinha pra ver como está, se está, enfim. 'Curiosiar' a gente sabe bem o quê. Que seja a rede social, ou se andou fazendo novas amizades por aí, postou alguma coisa no blog, enfim, futricar. E quando damos de cara com algo que não gostamos... dói.

Queremos encarar os problemas de perfil. A dor, de certa forma, satisfaz a nossa curiosidade. Que idiotice, não?! Trocamos uma interrogação por uma lágrima, ao invés de mudarmos o foco. Já ouvi muito esse conselho. Já te dei esse conselho e você já disse isso pra mim muitas vezes. Brincamos conosco. Somos uns lixos!

Seria clichê falar dos climas fazendo elo com nossas emoções, mas eu gosto e acho bem plausível para o momento.

E esse calor que emenda os amores, como numa fundição o aço é unificado?Aquela sensação que a gente confunde com nossos pensamentos, se entrega sem medo do 'e se...'. E vai. E quando pensa, já foi.Insisto em dizer que o começo do ano é onde os amores nascem, no inverno se aproximam e no final do ano se desfazem. Não sei se é lógico, matemático ou puro azar sobre as coisas que eu vejo ou vivenciamos, mas tenho isso pra mim como 1 e 1 são 11. 
Tudo é violável e substituível, exceto meu amor sem prazo de validade.


Uma vez me disseram que é normal sofrer por amor, que todo mundo sofre, sofreu ou vai sofrer um dia. O melhor disso é que a dor não dura pra sempre. Vamos pagar pra ver até onde nosso orgulho e sofrimento nos levarão?

Escrevo para não transbordar minhas emoções em nossas recordações.
Dói, ainda dói sim, dói demais esperar o telefone tocar e você não mais me ligar.
Dói não ter sua poesia expressa na minha caixa de entrada.
Dói, ainda dói sim, dói não ter o seu cheiro no meu travesseiro.
Eu quero mais uma hora com você. Mais 60 minutos de conversa e daqueles beijos que só a gente sabe trocar.
E mais a vida inteira pra gente repetir tudo isso quantas vezes quisermos. E pelo que te conheço, serão muitas.
Me liga, pode me ligar! Faça valer o que dizia sem parar, que só o amor basta pra ficarmos juntos. Que isso é fora do normal e que a gente se completa. Suplico, nessa carta, em forma de última tentativa que a gente fique juntos. Eu quero! Eu quero! Eu quero que você queira também. Pense nisso?
Me liga, pode me ligar! Faça valer o que dizia sem parar.

Beijos,
seu amor.

P.S.
Não ligo se pareço fraco. Você me conhece quando estou forte, sei que não se esquece disso!

2 comentários:

  1. lindo! qm dera tdis tivessem coragem de se expressar asssim! no fundo vc ainda tem sentimentos né? rs..

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  2. Ok, pode ser que você não veja, ou nem chegue a ler este cometário, ou simplesmente releve devido ao grande espaço de tempo, mas tudo bem, creio que independente de qualquer coisa, se podemos e queremos, devemos expressar nossa opinião.
    Creio que muitos devem ter dito o que vou escrever agora, contudo é bom ressaltar, que você é provido de sentimentos, sentimentos e emoções que pouco sabem expressar de uma maneira tão sincera e clara. Viver "do" passado é aprender, viver "no" passado deixar passar oportunidades. Relembre sempre de momentos e historias, pois são elas que construíram a pessoa sincera que é hoje. Orgulhe-se por saber expressar-se bem, por saber que aprendeu o que é o amor, o que é se doar e o que é receber amor. Olhe a sua volta e pergunte ao seu grupo de amigos, quantos amaram e foram amados na mesma intensidade. Verá que poucos vão se pronunciar e a minoria saberá expressar como foi viver isso.
    Suas palavras rementem o leitor ao momento vivido, as sensações, e duvidas que viveu! A curiosidade transforma ser humano. E com o tempo descobrimos o momento ser de ser curioso!
    Espero que continue escrevendo.

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