quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Que horas são, por favor?

Maldita quarta-feira que teimei, teimei e saí da cama. Estava um puta frio.
Na verdade não sei se era quarta-feira ou domingo, mas isso é indiferente. Ao abrir os olhos, notei as luzes do rádio-relógio, ao lado direito da cabeceira da cama, marcando e piscando meia-noite.
Pulei da cama e corri na cozinha para ver as horas no microondas, corrida em vão, também piscava-marcava-piscava meia-noite, aproveitei para tomar um copo d’água - minha cabeça estava explodindo - . Liguei a TV da sala e coloquei num canal que sempre deixava o relógio no canto superior direito, mas era de madrugada e aquele chuvisco branco e preto estava me cegando, sua programação estava fora do ar, assim como eu.
Olhei pela janela e estava tudo escuro, voltei quase caindo de sono para o meu quarto, pulei algumas roupas que estavam no corredor e me lembrei que sempre deixo meu celular para despertar embaixo da cama. 'Ráá, agora essas horas não me escapam - Low Battery -. Ok! Ok! Vou colocá-lo para recarregar e, daqui meia hora, o ligo e sacio esta obsessão pelo horário.’
Deitei e fiquei imaginando quanto tempo eu já tinha dormido, compassei os ‘tic-tacs’ na minha cabeça com a maldita luz piscando que vinha do rádio-relógio. Isso durou um bom tempo. Nem sei quanto, mas quando eu estava pegando no sono, o telefone de casa tocou – confesso que tomei um susto desgraçado – eu fiquei pensando se levantaria ou não, afinal estava muito, muito frio, tinha acabado de me deitar e era de madrugada. Perae! Alguém ligando em casa de madrugada? Devem ter tentado ligar no meu celular, mas está sem bateria. 'Relaxa... já sei. Provavelmente é um dos meus amigos bêbados, ligando pra me atazanar. Não vou levantar não. Sempre fazem isso.'
O rádio-relógio continuava piscando e os tic-tacs voltaram a entrar no compasso. Depois de umas quatro ou cinco piscadas - do relógio, não minhas - perdi o tempo e pensei ‘e se não for meus amigos, for algo urgente? Droga. Liga de novo, liga, liga, liga’ fiquei pensando nisso ainda deitado e perdi o sono. Fui ver TV na sala.
Sem acender nenhuma lâmpada para não aumentar o poder de explosão da minha cabeça, deixei somente as luzes da rua iluminarem parcialmente meu caminho, mas acabei esbarrando o pé num par de tênis ao lado do sofá e acabei ficando por ali mesmo, ameacei contar até 10 para pegar o controle remoto que estava na mesa de centro, mas só lembro de ter contado até 7.
Acordei com as costas travadas e coberto por um lençol branco, meio amarelado de velho, tentei me lembrar onde e que horas havia pegado aquele lençol, mas preferi ligar a TV para ver que horas eram.

Um comentário:

  1. Hahaha
    Ainda bem que não foi tentar olhar a hora quando foi buscar o lençol... se não teria que mudar o título para "sonambulismo" hahaha

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